“Quando o
filho nasce começamos a nos despedir dele no mesmo instante. Nosso elo só é
enquanto no ventre. Depois somos seus abrigos, condutores, provedores, sem
nunca esquecer que eles começam a ir embora, no dia que nascem.” (Hilda Lucas)
“Tão
pequena, tão rosadinha, parece uma boneca...” Essas foram palavras que eu
disse, ainda na Maternidade, quando do nascimento de minha primogênita. Lembro-me,
na primeira noite, coloquei minha filha recém-nascida no carrinho ao lado de
minha cama. Eu acordava de hora em hora para ver se ela estava respirando...
“Lá vai
minha filha apaixonada e confiante. Ensaiando voos, escolhendo caminhos, encerrando
ciclos. Eu feliz penso: Cumpra-se!”
Ah... Lembranças de uma época em que filhos ficavam juntos e acompanhavam os pais nos
passeios, nas viagens, nas festas em família. Mas, o tempo fez com que crescessem
e seguissem seu rumo. Lá vão meus filhos! Assim seja!
Esta é minha
singela homenagem à minha filha, pela passagem de mais um aniversário.
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Formatação:
Marcia e Elymaria
Fundo
Musical: Carino, Chris Spheeri
Nota: Pelo fato de ter recebido a confirmação da escritora Hilda Lucas de que foi ela quem escreveu a linda crônica, transcrevo abaixo na íntegra:
Lá vai minha filha, por Hilda Lucas
Lá vai minha filha. Minha menina. O tempo voou.
Lá vai minha filha quase voando no seu vestido etéreo.
Lá vai minha filha do olho grande, da pele morena e do cheiro de feijão. A menina que estreou a mãe em mim. A menina que chegou trazendo todo um universo de novidades: emoções, medos, encantamentos, aprendizados. Crescemos juntas: eu aprendendo a ser mãe e ela aprendendo a ser ela mesma. Descobrimos duas palavras mágicas: ela me chamou mãe e eu a chamei filha. Palavras novas e tão viscerais que pacientes esperavam para se cumprir. Éramos duas sendo uma em muitos sentidos. Carne da minha carne, fruto do meu amor, sonho dos meus sonhos. Ela me expandia e eu a protegia. Ela me dava a mão e eu todos os sumos. Ela me dava a eternidade e eu lhe dava asas. Ela me alargava o coração e eu lhe ensinava a caminhar sozinha. Ela me cobria de beijos e eu a cobria de bênçãos. Ela me pedia colo e eu lhe pedia sorrisos. Ela me traduzia e eu a decifrava. Ela me ensinava e eu lhe descortinava o mundo. Ela me apontava o novo e eu lhe ensinava lições aprendidas no passado. Ela me falava de fadas e princesas e eu lhe falava de avós e gentes. Ela me emprestava seus olhos encantados e eu rezava por um mundo melhor. Ela me tirava o sono e eu cantava para ela dormir. Ela me alegrava a vida e eu vivia para ela.
Quando um filho nasce começamos a nos despedir dele no mesmo instante. Nosso ele só é quando no ventre. Depois somos seus abrigos, seus condutores, seus provedores sem nunca esquecer que eles começam a ir embora no dia que nascem. No começo o tempo parece parar. A plenitude da maternidade e a dependência dos pequenos criam uma ilusão de que será assim para sempre. Mas não, eles crescem inexoravelmente em direção à independência. Cumpre-se o ciclo da vida e é melhor que seja assim, caso contrário, significa que algo de muito triste, inverso ou perverso aconteceu.
Lá vai minha filha. Assim seja.
Olho seus olhos enormes e profundos e vejo os mesmos olhos que ainda na sala de parto me olharam intrigados, solenes, como que me reconhecendo, me convocando. Eu disse sim à minha filha, imediatamente, a segui desde aquele instante, entregue, eleita. O amor que eu senti foi tão avassalador e instantâneo que eu cheguei a ter medo. Sim, na hora que nasce o primeiro filho, a gente compreende a fragilidade da vida, a fugacidade das coisas e a passa a ter medo de morrer. O fato dela precisar de mim me tornava única, imprescindível. Eu não podia falhar, eu não podia morrer, afinal foi ela quem me escolheu. A partir dali, tudo mudou, meu espaço, meu papel, minha relação com o mundo adquiriu outra dimensão: eu era sua mãe!
Crescemos juntas. Somos amigas. Mãe e filha. Ao longo desses anos rimos, choramos, brigamos, resolvemos impasses, estreitamos laços, vencemos batalhas, enfrentamos noites escuras. Contamos uma com a outra, sempre. Às vezes era eu quem a socorria outras vezes era ela quem me amparava. Não foram poucas as vezes em que os papéis se inverteram e ela foi minha mãe. Às vezes me pergunto se eu dei a ela tanto quanto recebi. Sinceramente, acho que não. Desde o momento zero ela transformou minha vida e, num movimento contínuo, faz de mim uma pessoa melhor.
Lá vai minha filha. Apaixonada e confiante. Ensaiando vôos, escolhendo caminhos, encerrando ciclos.
Eu feliz, penso: cumpra-se!
Fonte: http://mdemulher.abril.com.br/bem-estar/colunistas/hilda-lucas/la-vai-minha-filha-506936.shtml
Jéssica! Parabéns moça linda... muitos sonhos realizados, muitas conquistas... muita alegria, muita paz... e tudo que há de melhor para você... bênção da tia! Parabéns Yolanda por mais esta linda postagem!
ResponderExcluirObrigada pelas palavras, minha irmã!
ExcluirA crônica descreve exatamente como tenho me sentido sendo mãe.
Beijos
Yolanda
Mae, obrigada,obrigada,obrigada! Nao poderia ter presente melhor que esta mensagem para mim....
ResponderExcluirObrigada por vc ser minha mae e me fazer crescer e ser quem sou hoje.
Te amo muito!
Sua filha!
Tenho muito orgulho de você, minha filha!
ExcluirContinue sendo essa pessoinha maravilhosa, determinada e linda que você é!
Beijos, muitos...
Tua mãe
Yolanda, que linda foto, dá para ver no sorriso da mãe o orgulho! Desejo à você muita saúde, paz e anos de convivência feliz. Um abraço!
ResponderExcluirAgradeço o carinho da visita e palavras tão amáveis, Bia!
ExcluirBeijos
Parabens Jessica! Agora sei seu nome, leio seu comentario acima.
ResponderExcluirQue linda mensagem de amor. Nós, mães, amamos profundamente.
Beijos
Obrigada pela presença, Sissy!
ExcluirO texto retrata exatamente como sempre me senti.
Sou apaixonada pelos meus filhos...
Beijos
Yolanda
Oi, Yolanda!
ResponderExcluirParabéns a Jessica!
As mensagens que as mães transmitem têm sempre o dom de me emocionar,pois são puras e verdadeiras e carregadas de grande sabedoria.
Sim, por um lado sentimos a partida dos filhos, pelo vazio que nos deixam, mas, por outro nos realizamos neles, nos enchemos de satisfação, de alegrias por suas conquistas, vitórias, ou seja, porque podem andar com seus próprios pés e se governarem, e isto é resultado do nosso esforço e do nosso amor.
Desejo felicidades pra você e sua filhota :o)
Socorro Melo
Obrigada pelas palavras, Socorro!
ExcluirAcompanhar os passos e ver os filhos baterem asas felizes e curiosos, fortes e determinados, é uma alegria imensa.
Meu grande abraço,
Yolanda
Que linda homenagem amiga. Parabéns para ela. A liberdade e as conquistas de nossos filhos são nossas também. Beijocas.
ResponderExcluirOlá, amiga Vani! Agradeço a presença e felicitações.
ExcluirFilhos são como navios... Saem do porto seguro levando os ensinamentos adquiridos em terra firme.
Beijos
Yolanda